Atenção milenares, está a chegar um momento nostálgico! Todos vós que ainda eram crianças nos anos 90 (sim, todos vós que estão agora na casa dos trinta) lembrar-se-ão certamente de um dos melhores brinquedos electrónicos. O Tamagotchi causou uma sensação no nosso país há quase 30 anos atrás. Aquele pequeno objecto em forma de ovo que consistia em cuidar e criar um ser electrónico que dormia, comia e até fazia o seu negócio atrás de um ecrã muito pequeno, tornou-se o objecto de desejo em praças, parques e parques de recreio escolares.
Cuidar de um animal de estimação virtual é a graça deste brinquedo que, três décadas após o seu nascimento, foi capaz de se adaptar aos tempos de mudança e de se reinventar para continuar, em 2022, a estar tão vivo como sempre. A ideia veio do educador japonês Aki Maita. E a história é assim: Aki, quando criança, sempre quis um animal de estimação, mas a sua família nunca tornou o seu sonho realidade. Como resultado, a Aki decidiu dedicar-se a educar as pessoas sobre os cuidados com animais de estimação e a investigar formas de envolver a população jovem do Japão na responsabilidade de cuidar de um animal de estimação.
Por outro lado, Akihiro Yokoi, o outro pai desta invenção, presidente da empresa de brinquedos WiZ, já tinha patenteado uma ideia semelhante em 1987 quando estava a trabalhar para a Bandai. Para ele, a inspiração veio de ver um anúncio televisivo de uma mãe a repreender o seu filho porque queria levar a sua tartaruga de férias com a família. Com os três pontos deste triângulo unidos, Aki Maita, Akihiro Yokoi e Bandai, as primeiras unidades Tamagotchi chegaram às lojas japonesas em Novembro de 1996. O seu nome foi forjado a partir da soma das palavras tamago (ovo) e wo'chi (relógio), embora outras teorias sobre a nomenclatura do dispositivo sugiram que a parte final do nome vem de uocchi (para cuidar).
Filas de espera nas lojas para Tamagotchi nos anos 90
Em apenas meio ano, cinco milhões de unidades já tinham sido vendidas no Japão. A sua novidade na altura suscitou tanta excitação que é provável que as pessoas que fizeram fila nas lojas de tecnologia décadas mais tarde para comprar o primeiro modelo de um smartphone também tenham feito fila quando crianças com os seus pais para deitarem as mãos a uma unidade deste brinquedo.
E, como sempre, as críticas
Como já discutimos em muitos outros posts deste blogue, nenhum grande sucesso é sem os seus críticos. Compilámos algumas das críticas que esta invenção recebeu.
Na altura, os pais discordaram do facto de o animal de estimação virtual ter morrido e deixado uma lápide. De facto, em 1998, foi noticiado que uma pequena cidade britânica tinha construído um cemitério para estes "ovos" de plástico. Este tipo de situação obrigou ainda menos versões macabras a serem publicadas porque, segundo algumas vozes profissionais na área da psicologia, criou uma sensação de perda e um processo de luto.
O mundo escolar também se pronunciou sobre estes brinquedos e como poderiam influenciar as crianças. Surgiu um debate controverso sobre se os Tamagotchis cumpriram o objectivo para o qual foram criados e encorajaram realmente a responsabilidade nas crianças, ou se foram mais uma distracção para as crianças devido à atenção que a pequena criatura exigia.
Para crianças na casa dos vinte e poucos anos
Os pais de hoje podem ter a certeza de que podem continuar a brincar com os seus Tamagotchis, pois têm à sua disposição uma aplicação, My Tamagotchi Forever, que já tem mais de 5 milhões de downloads da Play Store.
Além disso, a empresa japonesa continua a comercializar o ovo electrónico com uma versão actualizada que oferece, entre outras inovações, uma câmara fotográfica autocolante, ecrã a cores e teclas tácteis... De facto, no ano passado (coincidindo com o 25º aniversário do brinquedo) foi lançado o Tamagotchi Smart, que recupera a ideia original da Akihiro de lhe dar a forma de um relógio.
Voltar para [BLOG] THE SMART GENERATION